Milena se formou em 2003 em Artes Plásticas e Desenho em Cerâmica Artística pela Escuela de Arte Mateo Inurria em Córdoba, Espanha.

Ela não tinha conseguido ingressar antes porque já havia iniciado o ano letivo quando foi morar por lá. Estudou Espanhol, mas a cerâmica ficou na sua cabeça. Voltou para o Brasil e retornou depois com a ideia fixa.

Se apaixonou pela história da arte, os desenhos, pinturas.

Fez ateliê com Hisae Yanase, ceramista super experiente. Aulas enriquecedoras, quatro anos intensos e maravilhosos.

Saiu respirando cerâmica e montou seu Ateliê por lá produzindo peças e exercendo a docência.

Os espanhóis tem muita tradição de cerâmica. Está no seu cotidiano e eles vivem intensamente. Facilitam exposições, os materiais são de fácil acesso e baixo custo.

Foi uma época de aprender, vivenciar experiências, adquirir conhecimento, mas precisou retornar ao Brasil e aqui a receptividade não foi a mesma. Uma triste realidade para quem vive da arte!

Então Milena exerceu suas aptidões artísticas em outras peças sem usar o barro que tanto ama, enquanto aguardava poder  voltar a ter o seu espaço e o seu forno. E em plena pandemia isso aconteceu…

Mas ela além de artista é determinada, talentosíssima, criativa e forte.

É lindo ver a união de suas mãos trabalhando juntas, num balé de carinho, força e auxílio que culminam por esculpir peças utilitárias e decorativas cheias de personalidade e amor. Simbolismo talvez seja a melhor palavra.

Ensaio Inspiração lindo, cheio de criatividade, boas risadas, lágrimas e muito carinho.

Feliz porque eu queria que a leveza, os detalhes e a naturalidade – algo que é a marca do meu trabalho fotográfico – estivessem presentes nos registros, mas também não queria que a personalidade presente no local e nas peças de Milena ficassem em segundo plano.

Ela riu muito quando eu peguei seus óculos para limpar. Uma mania que tenho e só me controlo com estranhos!

Isso rendeu três das fotos…

Fotografei instantes e detalhes que ela não percebeu e ficou muito surpresa. Positivamente.

Vi peças que pareciam ganhar vida, a exemplo do “Pé de Pedro”, obra feita sem moldes.

O coração com veias, artérias e flores… Perfeições!

Como foi lindo presenciar os seus utensílios sendo extensão de sua mão.

Ela amou. Eu também.

Córdoba, onde morou e se graduou – local que é apaixonada – ficou tatuada em seu corpo.

Petrolina, felizarda,  é mãe e novamente lhe acolhe.

Que em terras nordestinas a arte ceramista se consolide cada dia mais.

O reconhecimento à esta artista está crescendo. Ela tem visto se valorizar a sua Marca Pessoal.

E Milena segue firme, filha da terra, do barro e do fogo!